Projecto Hidro-Eléctrico de Baynes

Situação do Projecto : Em Curso

O Projecto Hidroeléctrico de Baynes está situado ao longo do rio Cunene, 185 km a jusante de Ruacana, na fronteira entre os dois países. O projecto envolve a construção de uma barragem hidroeléctrica sobre o Rio Cunene, 48km a jusante das Quedas de Epupa. Prevê-se que a capacidade de meio mérito/pico da central eléctrica de Baynes estará na faixa de 600 MW, que serão partilhados equitativamente pela Namíbia e por Angola. À semelhança da Central Eléctrica do Ruacaná, a nova barragem vai funcionar como uma estação de pico de meio mérito, o que irá ajudar a compensar os custos de importação de energia durante as horas de pico. Durante a estação chuvosa, está previsto que a Central Eléctrica de Baynes funcionará ao máximo da sua capacidade, enquanto que durante a estação seca os geradores produzirão ao máximo apenas em períodos de meio mérito/pico, sendo 71 MW produzidos durante períodos fora do pico.

A Barragem de Baynes terá 200 metros de altura e inundará permanentemente uma área de aproximadamente 19 km2, com um máximo estimado de 57 km2 ao pico do nível. A barragem será construída para alcançar um nível de reservatório de água de 580m no máximo, garantindo que o sopé das Quedas de Epupa, que está a uma elevação de 580m, não seja inundado mesmo quando o reservatório estiver ao máximo da sua capacidade de abastecimento. A área inundada pelo reservatório conterá 2.650 milhões de m3 de água que são cerca de metade do escoamento anual do rio de 5.000 milhões de m3. A estrutura da barragem é composta por represas de enrocamento com frontal de betão. No total, o enrocamento será de 12 milhões de metros cúbicos. O frontal aquático da muralha é revestido de uma superfície em betão com cerca de 80 centímetros de espessura na base e aproximadamente 30 centímetros no topo e garante a retenção de água à muralha da barragem.

No mesmo sítio, serão instaladas turbinas ao lado de uma central de energia, central de comutadores e estruturas auxiliares. Linhas de energia serão instaladas a partir da central para as subestações mais próximas em Angola e na Namíbia (em conformidade com um processo separado de avaliação de impacto ambiental). A Central Hidroeléctrica de Baynes não irá afectar as Quedas de Epupa porque estas se encontram a montante, mas poderá ter um impacto sobre o rio a jusante, incluindo na sua foz.

Os estudos iniciais do projecto foram realizados entre 1995 e 1998. Estudos pormenorizados de viabilidade tecnoeconómica e ambiental foram realizados de 2009 a 2012. A Comissão Técnica Conjunta Permanente designou o Cunene Consortium para levar a cabo um Estudo de Viabilidade Tecnoeconómica sobre o Projecto Hidroeléctrico de Baynes. A Environmental Resources Management (ERM) foi designada para realizar uma Avaliação Independente de Impacto Ambiental e Social em 2009, em paralelo e em estreitas consultas com o estudo tecnoeconómico. Tanto o Estudo de Viabilidade Tecnoeconómica como a Avaliação Independente de Impacto Ambiental e Social estão neste momento a ser actualizados. Este trabalho vai também ajudar na identificação do modelo de financiamento. A central hidroeléctrica irá também conectar a fronteira dos dois países uma vez que a própria muralha da barragem formará uma ponte entre Angola e a Namíbia.

A supervisão do projecto é assegurada pela Comissão Permanente e os parceiros de implementação do projecto incluem as empresas públicas de electricidade dos dois países, nomeadamente a Namibia Power Corporation (NamPower) e a Rede Nacional de Transporte de Electricidade (RNT) de Angola, que mandataram o Consórcio Energético da África Austral (SAPP) para coordenar a interligação de transmissão.

No que diz respeito às infra-estruturas de acesso rodoviário, a Autoridade Rodoviária da Namíbia, e o INEA (Instituto Nacional de Estradas de Angola) encomendaram estudos ambientais e técnicos detalhados.

    Objectivos

    Os objectivos do projecto são os seguintes:

    • Fornecer energia limpa e contribuir para o desenvolvimento industrial e económico sustentável nos dois países.
    • Reduzir os actuais níveis de défice energético nos dois países e aumentar o acesso à electricidade em várias partes dos dois países
    • Contribuir para uma maior capacidade do Mercado Energético do SAPP.